O Círculo de Estudos Bandeirantes (CEB) foi criado em 1929 com a finalidade de incentivar o estudo, a pesquisa e a divulgação da cultura nacional e paranaense. Logo atingiu seu objetivo e tornou-se uma importante referência intelectual e cultural. Anos após sua fundação, o CEB contribuiu para formar as duas mais importantes Universidades do Estado: a Federal e a Católica. A Federal recebeu dos Irmãos Maristas a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Paraná, criada pelos bandeirantes do CEB, o que faltava para constituir-se, em 1950, na UFPR, a primeira Universidade do Paraná. A Católica teve a nova Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Curitiba, fundada na sequência, na sua origem, em 1959. O CEB, além de oferecer palestras, encontros, grupos de estudos, cursos e apresentações culturais mantém a Revista do Círculo de Estudos Bandeirantes, cujo primeiro número foi publicado em 1937.
O acervo bibliográfico do CEB é composto por livros e periódicos de conteúdo histórico, antropológico, cultural, literário, biográfico e de demais enfoques relativos à cultura, principalmente do Paraná. Possui exemplares de obras raras dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX como manuscritos, jornais, revistas do próprio CEB e obras de autores paranaenses. Também guarda um acervo de documentos históricos, em papel e fotográficos, sobre diversos assuntos do Estado.
Em 2013 foi formada a Comissão de Acervo, que julga o que tem relação com o caráter de trabalho do CEB. Outra ação foi a de formar coleções, que deverão agregar os documentos pelo conteúdo, produtor, entre outros, como exemplo, a Coleção Bento Munhoz da Rocha Neto, composta pelos recortes de jornais feitos e organizados pelo próprio ex-governador do Paraná, que também foi um dos fundadores do CEB.
Para garantir uma vida útil maior aos mais variados documentos, estão sendo adquiridos equipamentos próprios para a conservação do acervo. Também foram estipulados a formulação de normas de acesso, disponibilidade e usos dos documentos para garantir a sua preservação, a profissionalização da equipe para alcançar estes e outros objetivos, e a oferta de experiências educacionais aos estudantes do Curso de História da PUCPR, que contribuem para a preservação e conservação dos materiais. O acervo bibliográfico está catalogado no Sistema Pergamum e é aberto à consulta. O acervo documental ainda está em processo de organização, separação e catalogação, para então ser disponibilizado online.
O Círculo de Estudos Bandeirantes foi instituído em Curitiba, num período em que o Brasil se esforçava para vencer problemas de ordem econômica, política e sociocultural. Foi então que, em meados de 1929, um grupo de homens ilustres e conscientes de suas obrigações deliberaram instituir uma agremiação com as seguintes características: “uma associação civil, científica e literária, de duração ilimitada, com o propósito de produzir trabalhos especialmente de cultura nacional, por meio de estudos e publicações” (Art. 1 do Estatuto aprovado em 1935).
A fundação do Círculo de Estudos Bandeirantes ocorreu em 12 de setembro de 1929, tendo como Diretoria: Pe. Luiz Gonzaga Miele, Presidente; Benedicto Nicolau dos Santos, Secretário Geral; Ligaru Espírito Santo, Primeiro Secretário; Bento Munhoz da Rocha Netto, Primeiro Tesoureiro; Valdemiro Teixeira de Freitas, Segundo Tesoureiro; José Loureiro Fernandes, Primeiro Bibliotecário Pedro Ribas de Macedo, Segundo Bibliotecário (Ata n.º 1, de 12/09/1929).
Dezesseis anos após sua fundação, finalmente o CEB tem sua sede social própria, situada no centro de Curitiba, com recursos obtidos das taxas dos associados, somados às doações beneméritas e aos empréstimos, resultaram no edifício-sede, inaugurado em 12 de setembro de 1945. O projeto do edifício foi elaborado pelo Engenheiro Benjamin Mourão e construído por João De Mio, em estilo neoclássico. Em 1987, o CEB passou a ser órgão cultural agregado à PUCPR. Em maio de 1993, ocorreram os trabalhos de reforma e restauração do edifício. No ano seguinte, foi inaugurada a nova sede. Segundo o Presidente à época, professor Euro Brandão, a instituição “reabre para continuar sendo um novo horizonte de atividades culturais, visando a atender aspirações e desejos da sociedade paranaense”. O edifício conta com dois andares de amplas salas de trabalho, estudos e reuniões; quatro andares para o acervo bibliográfico e documental, e um auditório que acomoda 140 pessoas.
ANTÔNIO RODRIGUES DE PAULA (Lapa – PR, 1881) Bacharel em Direito pela Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, em 1913.
BENEDICTO NICOLAU DOS SANTOS (Lapa – PR, 1878) Autodidata em Artes, destacando-se em Música.
BENTO MUNHOZ DA ROCHA NETTO (Paranaguá – PR,1905) Engenheiro Civil, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Paraná em 1927.
CARLOS ARAÚJO DE BRITO PEREIRA (Manaus – AM, 1901) Bacharel pela Faculdade de Direito do Pará em 1922.
JOSÉ DE SÁ NUNES (Vitória da Conquista – BA,1889) Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Bahia em 1916.
JOSÉ FARANI MANSUR GUÉRIOS (Curitiba – PR, 1905) Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade do Paraná em 1930.
JOSÉ LOUREIRO ASCENÇÃO FERNANDES (Lisboa – PT, 1903) Médico, pela Universidade de Medicina do Rio de Janeiro em 1927.
LIGUARU ESPÍRITO SANTO (Tibagi – PR, 1900) Agrônomo pela Universidade do Paraná, em 1821.
Pe. LUIZ GONZAGA MIELE (São Bernardo do Campo – SP, 1893). Formação filosófica e tecnológica, em Dax e Paris, ordenado em 1920.
PEDRO RIBEIRO MACEDO DA COSTA (Porto – PT, 1880) Bacharel pela Faculdade de Direito da Universidade do Paraná em 1922.
VALDEMIRO AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS (Alagoinha – BA, 1894). Engenheiro Civil pela Universidade do Paraná em 1919.