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Língua cebuana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cebuano

Binisaya/Sinugboanon

Pronúncia:[bɪ.n̪ɪˈs̪ʌ.jʌʔ]/[s̪ɪ.n̪ʊɡ.bɔˈʔʌ.n̪ɔn̪]
Outros nomes:Sinugbuanong binisaya
Falado(a) em: Filipinas
Região: Ilhas Vissaias e Mindanau
Total de falantes: c. 24,3 milhões (2020)[1]
Família: Austronésia
 Malaio-polinésia
  Borneano-filipina
   Filipina
    Filipina central
     Vissaiana
      Cebuano
Escrita: Abakada cebuano (latino)
Braille das Filipinas
Escrita baybayin Badlit[a]
Estatuto oficial
Língua oficial de: Filipinas[b]
Regulado por: Akademyang Bisaya (Academia das Vissaias de Artes e Letras)
Komisyon sa Wikang Filipino (Comissão da Língua Filipina)
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ceb
ISO 639-3: ceb
Distribuição dos falantes de cebuano nas Filipinas.

Notas da infocaixa:

  1. Utilização rara
  2. Língua regional oficial

O cebuano ou vissaiano (SinugboanonBinisaya)[nota 1] é um idioma da família austronésia e uma das línguas regionais das Filipinas, a língua franca de Mindanau e das ilhas Vissaias.

Com aproximadamente 24,3 milhões de falantes, o cebuano é a segunda língua mais falada das Filipinas e a maior do subgrupo vissaiano, sendo o idioma indígena do povo vissaiano, nativos das ilhas de Cebu, Bojol, Siquijor, Negros, Leyte e Mindanau; a maior comunidade de diáspora cebuana se localiza nos Estados Unidos. Entre o período da independência e da década de 1970, o cebuano foi a língua com o maior número de falantes nativos no país, superando o tagalo filipino.[2] Apesar disso, o baixo prestígio histórico da língua, tanto na esfera doméstica quanto internacional, classifica o idioma como em estado potencialmente vulnerável de acordo com as métricas da UNESCO.[3][4]

Estima-se que os ancestrais linguísticos do cebuano já eram falados na ilha de Cebu no quarto milênio a.C. e que o sistema de escrita Bayabayin Badlit, de influência indiana, já era utilizado para registrar o cebuano desde, ao menos, o século XVI. Contudo, nenhum texto original da literatura indígena resistiu à conquista espanhola das Filipinas e a documentação mais antiga sobrevivente da língua é uma lista de vocabulário produzida por Antonio Pigafetta em 1521, durante a expedição de Fernão de Magalhães às ilhas Molucas. Com a decadência das elites vissaianas pela colonização do arquipélago, as variantes literárias do cebuano registradas nos textos espanhóis de gramática e catequese foram fossilizadas; atualmente, suas estruturas e vocabulário são irreconhecíveis aos falantes nativos senão em contextos culturais tradicionais específicos.[5]

Na tipologia linguística, o cebuano é caracterizado por seu inventário fonológico simples, sua estrutura silábica simples, morfologia flexiva e aglutinante, sua estrutura sintática verbo-sujeito-objeto com o alinhamento simétrico e pelo fenômeno da inclusividade nos pronomes pessoais.[3]

Vista do crepúsculo no porto moderno da Cidade de Cebu, 2010.

O termo cebuano é um exônimo e, entre todos os nomes possíveis do idioma, é o mais internacionalmente conhecido para referenciar a língua cebuana; sua etimologia deriva do castelhano com a sufixação Cebu + -ano, transformando o nome da ilha em adjetivo. A versão em língua tagalo deriva dessa construção latina, diz-se sebwano.[nota 2] Por sua vez, o nome de Cebu tem sua origem no termo do cebuano antigo para «comércio», sibo, que é uma metonímia da expressão sinibu-ayng bingpit, significando «lugar para comércio pleno» em referência ao porto da cidade.[6]

Há dois endônimos para a língua cebuana e ambos são utilizados amplamente dependendo do contexto. O nome Sinugboanon[nota 3] é formado pela afixação Sugbo + -in- + -anon; Sugbo é o nome cebuano da Cidade de Cebu, que significa «queimado» em cebuano antigo, remontando a lenda de fundação da cidade; o infixo -in- transforma o nome da cidade em adjetivo, sinugbo é o equivalente a «à moda de Sugbo»; por fim, o sufixo -anon indica uma outra adjetivação, sinugboanon traduz-se para «[língua] com as características à moda de Sugbo». O nome Binisaya[nota 4] é composto de maneira parecida, Bisaya + -in-; Bisaya é o nome cebuano para o arquipélago das Vissaias;[nota 5] similarmente, o infixo -in- adjetiva o substantivo próprio, significando «[língua] à moda de Bisaya». Pelo fato de os termos referenciarem diferentes localidades, os habitantes da ilha de Cebu, sobretudo os da Cidade de Cebu, são mais propensos a utilizarem o nome Sinugboanon enquanto os falantes nativos do cebuano em outras ilhas geralmente preferem Binisaya.[7]

Distribuição

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Dança de rua no festival Sinulog, carnaval filipino em homenagem ao Santo Niño de Cebu, 2020.

O cebuano é uma língua de distribuição geograficamente limitada, sendo principalmente um idioma étnico associado ao povo vissaiano e à macrorregião do arquipélago Malaio. São aproximadamente 24,3 milhões de falantes distribuidos nas regiões filipinas de Bicol, Vissaias Ocidentais, Vissaias Centrais, Vissaias Orientais, Península de Zamboanga, Mindanau Setentrional, Davau, Soccsksargen, Caraga e Bangsamoro. Em 2020, o governo filipino[8] estimou que 95,5% da população dessas regiões é alfabetizada no alfabeto abakada.[3][9]

As principais comunidades de falantes de cebuano fora das Filipinas estão localizadas no Havaí, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, somando aproximadamente cem mil falantes.[1][3]

Vista das colinas do Chocolate em Bojol, 2009.

Os falantes de cebuano, distribuídos no arquipélago filipino, se dividem em dialetos de acordo com as separações geográficas. O dialeto da Cidade de Cebu é considerado a variante padrão da língua, sendo a mais prestigiada e a única disseminada fora de sua ilha natal. Tanangkingsing (2009)[10] classifica a seguinte divisão: as ilhas de Leyte, Bojol e Negros têm seus próprios dialetos; o dialeto de Zamboanga é separado da variante falada no restante da ilha de Mindanau.[5]

Comparação entre os dialetos vissaianos (Blake 1905)[11]
Grupo vissaiano Cebuano da Cidade de Cebu si Juan ug ako
Bojolano si Juan ug ako
de Zamboanga kami ni Juan
de Mindanau kami kan Juan
Língua hiligaynon kami ni Juan
Língua waray-waray si kami ng̃an si Juan
Equivalente em língua portuguesa Juan e eu

Línguas relacionadas

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Mapa da família austronésia. O cebuano integra o mesmo subgrupo do malaio, do maori e do malgaxe.

Como uma língua austronésia do subgrupo das malaio-polinésias, o cebuano tem uma forte relação com a maioria dos grandes idiomas falados nas ilhas do oceano Índico e do Pacífico; especificamente línguas indígenas da Malásia, da Indonésia, de Madagascar, das Filipinas, de Taiwan e da Oceania insular em geral.[12]

Comparação entre cognatos malaio-polinésios (UH Mānoa)[12]
Cebuano Tagalo Malásio Indonésio Javanês Paiwan Malgaxe Significado
babuy baboy babi babi babi vavuy - porco
ba-bayi ba-baʔe - - - va-vai-an vávy mulher, feminino
kahuy kahoy kayu kayu kayu - házo madeira, árvore
paray palay padi padi pari paday - planta do arroz
liʔug liʔig leher leher - liqu - pescoço
itum itim hitam hitam item - ma-inty preto
Mapa da distribuição das línguas vissaianas.
  Meridional
  Cebuano
  Central
  de Banton
  Ocidental

Além disso, o idioma cebuano faz parte de um contínuo dialetal que compreende a região geográfica das Vissaias, sendo ele o grupo dialetal intermediário entre os conjuntos meridional e central. Tanangkingsing (2009)[2] descreve a seguinte organização das línguas vissaianas:

Contínuo dialetal vissaiano  
  Meridional  

Língua butuanon, Língua tausug

Língua surigaonon

  Cebuano  

Língua cebuana

  Central  

Língua ati, Língua capiznon, Língua hiligaynon, Língua masbatenha, Língua porohanon

Língua romblomanon

Língua sorsogon setentrional, Língua sorsogon meridional, Língua waray-waray

  de Banton  

Língua bantoanon

  Ocidental  

Língua aklan

Língua caluyanon

Língua karai-a

Língua ratagnon, Língua cuyonon

Língua inonhan

Fachada da Catedral Metropolitana de Cebu, 2024.

Assim como outras línguas malaio-polinésias, o cebuano possui um inventário de fonemas relativamente pequeno de somente 19 fones plenamente distintos. Por se tratar de um idioma com pouca institucionalização e alta variação dialetológica, o conteudo desta seção se refere, em geral, à variante formal da Cidade de Cebu, entendida academicamente como a variante padrão do cebuano.[13]

Vista da praia de Salagdoong, Siquijor, 2017.

O inventário consonantal do cebuano é composto de 16 fones, dos quais nenhum é particular ao idioma. As principais diferenças em relação ao português são: a presença explícita da parada glotal; a ausência de fones comuns como as demais sibiliantes; e a dentalização.[14]

A vibrante múltipla /r/ pode ser substituída por outros sons róticos, como [ɾ] ou [ɹ], sem prejuízo à compreensão, fenômeno especialmente frequente entre falantes influenciados pelo uso do inglês.[14]

Inventário consonantal do cebuano
Bilabial Dental Alveolar Palatal Velar Glotal
Plosiva p⠀⠀b t⠀⠀d k⠀⠀g ʔ⠀⠀⠀
Nasal ⠀⠀⠀m ⠀⠀⠀n ⠀⠀⠀ŋ
Vibrante ⠀⠀⠀r
Fricativa s⠀⠀⠀ h⠀⠀⠀
Glide[a] ⠀⠀⠀w ⠀⠀⠀j ⠀⠀⠀w
Lateral ⠀⠀⠀l
  1. O fone /w/ é, mais especificamente a aproximante labiovelar, ou seja, é uma consoante articulada em dois pontos; por isso, ela ocupa duas células na tabela.
Vista do Parque do Capitólio em Bacolod, Negros, 2019.

O inventário vocálico do cebuano é composto de somente três fonemas plenamente distintos. São eles: a vogal /ɪ/, que pode variar em [ɪ] (padrão), em [i] e em [ɛ]; a vogal /ʊ/, que pode variar em [ʊ] (padrão), em [u] e em [ɔ]; e a vogal /ʌ/, que não varia na pronúncia padrão, mas é alófona de [a].[15]

Acerca das variações, a diferença nas realizações [ɪ][i] e [ʊ][u] é sutil, esses pares são alófonos internos para fins de análise fonêmica. A inclusão dos fones [ɛ] e [ɔ] ocorre mediante palavras de empréstimo e certas transformações fonológicas específicas, essas vogais possuem suas próprias notações ortográficas ⟨e⟩ e ⟨o⟩ respectivamente. Apesar disso, a tolerância a essas variações é suficiente para que as diferentes realizações não prejudiquem o entendimento das palavras; Nelson (1964)[16] e Endriga (2010)[15] postulam que os três fonemas estão em variação livre interna.

Inventário vocálico do cebuano
Anterior Central Posterior
Fechada ɪ ʊ
Média ʌ
Aberta

Transformações fonológicas

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Paisagem da baía de Tacloban, Leyte, 2009.

Devido à alta variação dialetológica e ao espaçamento geográfico entre os grupos dialetais, alguns sons específicos são realizados de maneira diferente da variante padrão em ambientes fonéticos específicos.

Na Cidade de Cebu e em Bojol, o fone /l/ é realizado como um /w/ em ambiente intervocálico entre /ʌ/ e /ʊ/, e vice-versa, de forma que o /ʊ/ é deletado. Exemplo: [pʊˈlʌ] → [ˈpwʌ] «vemelho». Há também, na Cidade de Cebu e em Bojol, o caso em que o /l/ intervocálico é deletado quando ocorre entre duas vogais iguais; nessa situação, a vogal sempre se torna longa quando o /l/ deletado não é o ataque da antepenúltima sílaba. Exemplo: [kʌˈlʌjɔ] → [kʌːˈjɔ] «fogo»; [kʌˌlʌˈmʊŋgʌj] → [kʌˈmʊŋgʌj] «moringa».[17]

Particularmente no dialeto bojolano, o fone /r/ é sempre realizado como o fone /d/ em ambiente intervocálico. Além disso, no bojolano, o fone /j/ se transforma em [d͡ʒ] sempre que ocorre como ataque de uma sílaba. Exemplo: [ˈjʊtʌ] → [ˈd͡ʒʊtʌ] «terra, solo».[14][18]

Monte Apo, o ponto mais alto das Filipinas, visto de Davao, Mindanau, 2021.

Assim como a maioria das línguas austronésias, o cebuano possui uma estrutura silábica simples de padrão (C)(C)V(C). Os tipos mais comuns são a sílaba aberta CV (consoante-vogal) e a sílaba fechada CVC (consoante-vogal-consoante). Apesar de seram raramente atestados em palavras nativas, encontros consonantais do tipo C1C2V(C) são mais comuns em empréstimos do espanhol e do inglês, nos quais C2 é uma semivogal ou uma rótica.[19]

Placa histórica da Catedral Metropolitana de Cebu escrita em língua tagalo no novo Alfabeto Filipino.

Assim como a maioria dos idiomas austronésios, o cebuano é atualmente grafado com o alfabeto latino. Contudo, a escrita já era conhecida no arquipélago desde, pelo menos, o século XVI. Até a introdução de missionarios espanhóis, o cebuano era escrito com o sistema Baybayin, um alfassilabário; ou seja, um sistema no qual cada símbolo representa uma sílaba que possui uma consoante dominante e sua vogal alterada de acordo com a aplicação de diacríticos.

Fotografia em estúdio do senador Lope K. Santos (1879–1963), não datada.

O sistema Abakada é uma adaptação do alfabeto latino para as línguas filipinas; ele possui somente 20 letras, excluindo ⟨c⟩, ⟨f⟩, ⟨j⟩, ⟨k⟩, ⟨q⟩, ⟨v⟩ e ⟨z⟩, mas incluindo o dígrafo ⟨ng⟩.[20]

Originalmente, o Abakada foi desenvolvido por Lope K. Santos em 1939, durante a ocupação estadunidense do arquipélago, para a escrita da «língua nacional» das Filipinas, uma variante padronizada do tagalo. A iniciativa substituiu o alfabeto espanhol nas demais línguas nativas, mas ele não é mais utilizado nacionalmente desde 2013, quando a Comissão sobre a Língua Filipina publicou uma reforma na ortografia nacional.[21]

Alfabeto Abakada
Letra Fonema Descrição do fonema para falantes de português
A a /ʌ/ Não há equivalente; próximo do [ɐ] em ângulo.
B b /b/ Grafado igualmente; exemplo em banana.
K k /k/ Grafado igualmente; exemplo em cama (AFI['kɐ̃mɐ]).
D d /d/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em dado.
E e /ɛ/ Grafado como ⟨é⟩; exemplo em hélice.
G g /ɡ/ Grafado igualmente; exemplo em garfo.
H h /h/ Grafado como ⟨rr⟩; exemplo em carro (AFI[ˈkahu]).
I i /ɪ/ Alófono de [i] no português e também no cebuano.
L l /l/ Grafado igualmente; exemplo em livro.
M m /m/ Grafado igualmente; exemplo em maçã.
N n /n/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em não.
NG ng /ŋ/ Equivalente em alguns sotaques; ocasionalmente em manga (AFI[ˈmɐ̃(ŋ)ɡɐ]). Em espanhol, domingo. Em inglês, sing.
O o /ɔ/ Grafado como ⟨ó⟩; exemplo em óbvio.
P p /p/ Grafado igualmente; exemplo em ponte.
R r /r/ Equivalente em alguns sotaques, conhecido como «r» vibrado; ocasionalmente em rato (AFI['ratu]). Em espanhol, perro.
S s /s/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em sabão.
T t /t/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em tábua.
U u /ʊ/ Alófono de [u] no português e também no cebuano.
W w /w/ Grafado como ⟨u⟩ em ditongos; exemplo em quase (AFI[ˈkwazi]).
Y y /j/ Grafado como ⟨i⟩ em ditongos; exemplo em iodo (AFI[ˈjodu]).
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Badlit escrito no sistema de escrita Badlit
Fólio da Doctrina Christiana (1593), obra espanhola de catecismo escrita em Baybayin tagalo e em sinogramas hokkien.

O Badlit (ᜊᜇ᜔ᜎᜒᜆ᜔), chamado de Baybayin em tagalo, é a escrita pré-colonial do arquipélago filipino. Trata-se de um abugida da família brâmica, grupo de sistemas de escrita com origem indiana descendentes do Brami, com forte influência do Grantha. Sua ordem de escrita moderna é da esquerda para a direita, mas era tradicionalmente escrito de baixo para cima.[22][23]

Historicamente, o Badlit era utilizado para registrar passagens curtas como poesia e anúncios públicos, sendo engravado em tiras de bambu. Com a conquista espanhola do arquipélago filipino, o sistema de escrita caiu em desuso e nenhum dos textos pré-contato sobreviveu à colonização. Entretanto, há iniciativas contemporâneas para reviver o Badlit/Baybayin, sobretudo na cultura popular como um estilo artístico de patriotismo. Desde 2016, tramita uma proposta de lei[24] no Congresso das Filipinas que declararia o Baybayin como o "sistema de escrita nacional", a iniciativa foi aprovada pelo Comitê sobre a Educação Básica e Cultura em 2018, mas a medida ainda não foi à votação.[25]

Em conformação com a fonologia cebuana, há somente três diacríticos que simbolizam as vogais no silabário abugida Badlit; a ausência de diacrítico indica a vogal /ʌ/, chamada de inerente, e o diacrítico virama suprime a vogal da sílaba. As vogais também podem ser representadas como unidades próprias, sendo independentes das consoantes. Além disso, os fone /r/ é representado pela mesma unidade do /d/.

Diacríticos vocálicos e vogais silábicas na escrita Badlit
Badlit Equivalente Abakada Fonema Descrição do fonema para falantes de português
Diacrítico Unidade
A a /ʌ/ Não há equivalente; próximo do [ɐ] em ângulo.
◌ᜒ I i /ɪ/ Alófono de [i] no português e também no cebuano.
◌ᜓ U u /ʊ/ Alófono de [u] no português e também no cebuano.
◌᜔ - não há (virama) - Especial; suprime a vogal da sílaba, restando somente o fone consonantal.
Unidades silábicas na escrita Badlit
Unidade silábica

Badlit

Fonema

consonantal

Descrição do fonema para falantes de português
◌ᜒ ◌ᜓ ◌᜔
ᜊᜒ ᜊᜓ ᜊ᜔ /b/ Grafado igualmente; exemplo em banana.
ᜃᜒ ᜃᜓ ᜃ᜔ /k/ Grafado igualmente; exemplo em cama (AFI['kɐ̃mɐ]).
ᜇᜒ ᜇᜓ ᜇ᜔ /d/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em dado.
ᜄᜒ ᜄᜓ ᜄ᜔ /ɡ/ Grafado igualmente; exemplo em garfo.
ᜑᜒ ᜑᜓ ᜑ᜔ /h/ Grafado como ⟨rr⟩; exemplo em carro (AFI[ˈkahu]).
ᜎᜒ ᜎᜓ ᜎ᜔ /l/ Grafado igualmente; exemplo em livro.
ᜋᜒ ᜋᜓ ᜋ᜔ /m/ Grafado igualmente; exemplo em maçã.
ᜈᜒ ᜈᜓ ᜈ᜔ /n/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em não.
ᜅᜒ ᜅᜓ ᜅ᜔ /ŋ/ Equivalente em alguns sotaques; ocasionalmente em manga (AFI[ˈmɐ̃(ŋ)ɡɐ]). Em espanhol, domingo. Em inglês, sing.
ᜉᜒ ᜉᜓ ᜉ᜔ /p/ Grafado igualmente; exemplo em ponte.
ᜐᜒ ᜐᜓ ᜐ᜔ /s/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em sabão.
ᜆᜒ ᜆᜓ ᜆ᜔ /t/ Grafado como no português, sendo mais dental; som alófono em tábua.
ᜏᜒ ᜏᜓ ᜏ᜔ /w/ Grafado como ⟨u⟩ em ditongos; exemplo em quase (AFI[ˈkwazi]).
ᜌᜒ ᜌᜓ ᜌ᜔ /j/ Grafado como ⟨i⟩ em ditongos; exemplo em iodo (AFI[ˈjodu]).
Códice Boxer (c. 1590), ilustração de escravos vissaianos

Apesar de as notáveis diferenças de sotaque e léxico entre as variedades do cebuano, as estruturas gramaticais são comuns ao contínuo dialetal vissaiano. As maiores divergências estão entre o cebuano falado e o cebuano literário. Para este artigo, utilizam-se fontes do cebuano falado.[26]

Na linguística da gramática cebuana, os pronomes são classificados junto aos substantivos, formando uma mesma classe gramatical.[27]

A inclusividade, ou clusividade, marcada nas tabelas como (exc.)/(inc.), é um fenômeno linguístico que ocorre nos pronomes quando há a distinção entre as expressões no sentido de incluir ou de excluir o interlocutor. Em português, uma aproximação desse significado seria «eu e os demais, mas sem incluir você» para o exclusivo e «eu, os demais e também você» para o inclusivo.

Pronomes pessoais

Panorama aéreo da Cidade de Cebu, século XX.

Os pronomes pessoais do cebuano variam de acordo com pessoa, número e clusividade. Diferente do português, não há distinção por gênero nos pronomes de terceira pessoa.[28]

Há também um fenômeno na existência de formas longas e curtas; as formas curtas se comportam como afixos e não há forma curta para a terceira pessoa. O alinhamento sintático do cebuano permite o destaque selecionado dos elementos da frase, usa-se sempre a forma longa quando o pronome é destacado. Além disso, as formas longas estão associadas a contextos de especial formalidade enquanto as curtas, a conversas ordinárias.[28]

Pronomes pessoais no cebuano
Pessoa Número Pronome longo Pronome curto Português
Singular ako -ko eu
Plural(exc.) kami -mi nós [sem incluir você]
Plural(inc.) kita -ta nós [incluindo você]
Singular ikaw -ka você, tu
Plural kamo -mo vocês, vós
Singular siya - ele, ela
Plural sila - eles, elas

Pronomes possessivos

Códice Boxer (c. 1590), ilustração da nobreza guerreira

Há duas maneiras de indicar posse no cebuano: o pronome possessivo antecede o substantivo possuído; o pronome no caso genitivo segue o substantivo possuído.[29]

Além disso, os pronomes possessivos podem ser acompanhados pelos sufixos definidor -a, na primeira pessoa, e -ha, na segunda e terceira pessoas. O sufixo definidor cumpre uma função análoga ao artigo definido do português.[29]

Pronomes possessivos no cebuano
Pessoa Número Possessivo Caso genitivo Português
Singular akoʔ -nakoʔ meu
Plural(exc.) amoʔ -namoʔ nosso [mas sem ser seu]
Plural(inc.) atoʔ -natoʔ nosso [também seu]
Singular imo -nimo seu, teu
Plural inyo -ninyo vosso
Singular iya -niya seu
Plural ila -nila seus

Pronomes demonstrativos

Panorama aéreo de Davao, Mindanau, século XX..

Os pronomes demonstrativos do cebuano também possuem formas curtas e longas. Os demonstrativos estão dispostos a seguir.[30]

Pronomes demonstrativos no cebuano
Pessoa Caso nominativo Caso oblíquo Português
Longo Curto Longo Curto
Proximal kari ri niʔini ʔini este
kini ni niʔani ʔani
Medial kanaʔ naʔ niʔanaʔ ʔanaʔ esse
Distal katu tu niʔatu ʔatu aquele
kadtu niʔadtu ʔadtu
Códice Boxer (c. 1590), ilustração da baixa nobreza

Assim como no português, os substantivos cebuanos são divididos entre comuns e próprios. As raízes nominais cebuanas variam em número e podem, através da afixação, derivar em sentidos mais complexos, sendo sintaticamente marcadas em casos gramaticais. Além disso, há variação de gênero em adjetivos empréstimos do espanhol, como em amigo e amiga.[31]

Casos gramaticais

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O cebuano possui quatro casos gramaticais: o caso nominativo (ergativo); o caso genitivo (absolutivo); o caso dativo; e o caso locativo. As partículas marcadoras de caso ocorrem sempre antes do sintagma nominal marcado. Apesar de se comportarem como casos de uma língua ergativa-absolutiva, utiliza-se a nomenclatura tipológica mais ampla «nominativo» e «genitivo» devido às outras funcionalidades que esses casos assumem tanto no cebuano como em outras línguas austronésias.[32]

Caso nominativo

No cebuano, o caso nominativo possui, nas vozes atuante e paciente, uma funcionalidade semelhante ao do caso ergativo; tanto o agente intransitivo quanto o objeto transitivo são marcados no nominativo. Ademais, o tema frasal, isto é, o assunto da mensagem deslocado para o início da frase, também é marcado no nominativo. Suas partículas são ang, para substantivos comuns, e si, para substantivos próprios.[33]

Exemplo:

⠀⠀⠀Si katong Maria, giuyog ang kahoy!
⠀⠀⠀ɴᴏᴍ. aquele Maria, ᴠᴏᴢ.ᴘᴀᴄ-balançar ɴᴏᴍ. árvore

⠀⠀⠀Aquela Maria, [ela que] balançou a árvore!

Caso genitivo

Panorama aéreo de Tacloban, Leyte, século XX.

O caso genitivo, como um caso absolutivo, marca o agente transitivo na oração e, em verbos de emoção, marca a fonte do sentimento. Sua partícula é sa, para substantivos comuns, e ni, para substantivos próprios. A partícula sa também pode ser usada para marcar o caso locativo.[34]

Exemplo:

⠀⠀⠀Gikuha ni Juan ang telepono.
⠀⠀⠀ᴠᴏᴢ.ᴘᴀᴄ-pegar ɢᴇɴ. Juan ɴᴏᴍ. telefone

⠀⠀⠀Juan pegou o telefone.

Caso dativo

Códice Boxer (c. 1590), ilustração da alta nobreza ou realeza

O caso dativo marca o receptor, a fonte, o objetivo ou a razão por trás de uma ação. Sua partícula é kang, que só é utilizada em substantivos próprios; em substantivos comuns, também aplica-se o sa.[35]

Exemplo:

⠀⠀⠀Nagtrabaho siya kang Cebu Pacific.
⠀⠀⠀ᴠᴏᴢ.ᴀᴛᴜ-trabalhar ele ᴅᴀᴛ. Cebu Pacific

⠀⠀⠀Ele trabalha para a Cebu Pacific.

Caso locativo

O caso locativo marca localização espacial e temporal. Esse é o uso mais comum e mais estável da partícula sa.[36]

⠀⠀⠀Dako kaayo gasto diri sa Taiwan
⠀⠀⠀grande muito gastos aqui ʟᴏᴄ. Taiwan

⠀⠀⠀Os gastos são enormes aqui em Taiwan.

Vista aérea do ponto de pouso em Tagbilaran, Bojol, século XX.

Os verbos no cebuano são morfologicamente complexos devido à natureza aglutinadora-amalgamante da língua. É possível conjugar os verbos de acordo com tempo, modo, aspecto e voz.[37]

Códice Boxer (c. 1590), ilustração da alta nobreza ou realeza

Exceto em casos de voz atuante imperativa, todas as raízes verbais cebuanas recebem afixos que conjugam voz, tempo, aspecto e modo. A seguir, está a tabela com a relação simplificada de afixos de conjugação verbal.[38]

Relação simplificada dos afixos de inflexão verbal no cebuano
Tempo Voz Aspecto e modo

pontual-voluntário

Aspecto e modo

progressivo-voluntário

Aspecto e modo

pontual-potencial

Indicativo

não-futuro

Atuante mi-; ni-; ning- nag-; naga-; ga- naka-; na-
Paciente gi- gina-; gipang- na-
Locativa gi-...-an gina-...-an na-...-an
Instrumental gi- ga-; gina-; gipang- gika-; na-
Indicativo

futuro

Atuante mo-; mang- mag-; maga- maka-; ma-
Paciente -on pa-ga-...-on ma-
Locativa -an pa-ga-...-an ma-...-an
Instrumental i- iga-; ipag- ika-; ma-
Imperativo Atuante pag-; mang- pag- -
Paciente -a pa-ga-...-a
Locativa -i pa-ga-...-i ma-...-i
Instrumental i- ipag- ika-

Tempo, aspecto e modo

Praça em Bacolod, Negros, durante uma corrida de carruagens, 1901.

Diferentemente do português, o tempo verbal no cebuano compreende somente as categorias de futuro e de não-futuro, que contém o pretérito e o presente.[39]

Os sentidos de aspecto e modo não se separam nos afixos cebuanos. Para o aspecto, a diferença entre «pontual» e «progressivo» está no tempo de duração necessário pra completar a ação. No âmbito do modo, «voluntário» determina uma ação planejada ou proposital enquanto «potencial» indica um ato espontâneo ou acidental.[40]

O cebuano possui quatro vozes verbais: a voz atuante, a voz paciente, a voz locativa e a voz instrumental. A voz atuante indica verbos intransitivos enquanto as demais vozes formam verbos transitivos.[39]

Devido à peculiaridade do alinhamento morfossintático cebuano, o afixo de voz determina a função sintática do termo nominal, chamado de tópico, em uma frase. Os tópicos são marcados pelas partículas si e ang para substantivos próprios e comuns, respectivamente.

Voz atuante

Em termos gerais, a voz atuante é responsável por dar destaque ao agente da ação. Em uma oração de voz atuante, o componente paciente é menosprezado, sendo não-participante ou irrelevante em relação ao discurso do enunciador. Todavia, o componente paciente ainda pode ser marcado pelo caso acusativo de forma acessória, com o sentido da oração fortemente concentrada no agente e na própria ação.[41][42]

Voz paciente

O emprego da voz paciente não deve ser confundido com a voz passiva do português; apesar de as construções passivas do cebuano utilizarem a voz paciente, elas não são o principal uso dessa estrutura gramatical.[43]

Uma vez que dão igual destaque aos elementos agente e paciente, a voz paciente são a organização padrão para orações transitivas no cebuano, seguindo uma lógica de casos análoga à de línguas ergativas.[43]

Voz locativa

Campus do centro da Universidade de San Carlos, disputadamente a universidade moderna mais antiga da Ásia, Cidade de Cebu, 2022.

As construções em voz locativa são definidas por um agente marcado no genitivo e um substantivo marcado no nominativo que, a depender do contexto, cumpre o papel de beneficiário, de destinatário, de objetivo ou de estímulo fornecido pela localização.[44]

Voz instrumental

A voz instrumental topicaliza a ferramenta utilizada pelo agente na realização da ação. Essa construção oracional é a menos comum.[45]

Ex-presidente filipino Rodrigo Duterte em visita à inauguração do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Mactan–Cebu, o segundo aeroporto mais movimentado do país, 2018.

Ordem da frase

Como outras línguas austronésias, o cebuano segue uma sintaxe relativamente incomum. A ordem sintática padrão é a verbo-sujeito-objeto (VSO), sendo o sujeito e o objeto marcados por casos gramaticais distintos.[46]

Exemplo:

⠀⠀⠀Gikaon ni Juan ang bugas.
⠀⠀⠀ᴠᴏᴢ.ᴘᴀᴄ-comer ɢᴇɴ. Juan ɴᴏᴍ. arroz

⠀⠀⠀Juan comeu arroz (literalmente: comeu Juan arroz)

Alinhamento

O alinhamento sintático do cebuano é complexo. Com características do sistema de voz simétrica, o papel sintático marcado pelo caso nominativo se altera de acordo com a conjugação verbal de voz, mas não configura simetria total como em outras línguas austronésias, como o malaio, por associar a transitividade verbal à conjugação de voz. Ademais, Tanangkingsing (2009) afirma que, ao analisar as vozes mais comuns (atuante e paciente), há um padrão ergativo-absolutivo na marcação dos casos gramaticais pelas posições sintáticas transitivas e intransitiva.[32][34][43][47][48][49][50]

Amor pela Terra Nativa

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Soldados filipinos nas redondezas de Manila, 1899.

A obra Amor pela Terra Nativa (Gugma sa Yutang Natawhan) é a primeira peça teatral realista cebuana. Publicada em 1902 por Vicente Sotto, a peça se trata de uma curta narrativa do fim de um noivado entre Aurora, filha de um líder local, e Octavio, um ex-combatente da Revolução Filipina que se submeteu à ocupação estadunidense e foi apontado para um cargo público na administração colonial. O texto original escrito em 1900 foi censurado pelas autoridades estadunidenses, com Sotto recebendo uma advertência judicial e uma multa pela inclusão da expressão dukot (conjugada como gidukot no texto), que remetia ao sequestro e assassinato de nativos colaboracionistas por parte das guerrilhas nacionalistas. A seguir, está a íntegra do trecho final da peça na versão não censurada de 1900 com tradução para o português.[51][52]

Cebuano Português
III

Karon, si Aurora minyo na sa usa ka inilang magyuyuta, ug si Octavio patay na: gidukot tungud sa iyang pagbudhi sa Yutang Natawhan...

III

Agora, Aurora está casada com um grande latifundiário e Octavio já está morto: sequestrado e morto por causa de sua traição contra a Terra Nativa...

Declaração Universal dos Direitos Humanos

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Primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos manuscrito em Baybayin na língua filipina.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento internacional adotado em 1948 pela terceira sessão regular da Assembléia Geral das Nações Unidas. Embora não possua força legal, a declaração é a base para os subsequentes tratados das Nações Unidas. Como membros fundadores, tanto as Filipinas quanto o Brasil votaram a favor do documento. A seguir, está seu primeiro artigo na versão em cebuano acompanhada da versão em português.[53]

Cebuano Português
Una nga artikulo

Ang tanang katawhan gipakatawo nga may kagawasan ug managsama sa kabililhon. Sila gigasahan sa salabutan ug tanlag og mag-ilhanay isip managsoon sa usa'g-usá diha sa diwa sa espiritu.

Artigo primeiro

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Hino da Província de Cebu

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Vista dos arranha-céus do Cebu Business Park, o centro financeiro da Cidade de Cebu moderna, 2024

A Província de Cebu é uma subdivisão administrativa da Região VII (Vissaias Centrais) das Filipinas que compreende a própria ilha de Cebu e outras 167 ilhas. A região metropolitana de Cebu, centrada na Cidade de Cebu, é a terceira maior aglomeração urbana do país e a maior do arquipélago das Vissaias, sendo apelidada de "Cidade Rainha do Sul". Em 1521, a expedição de Fernão de Magalhães ergueu uma cruz em Cebu e presenteou o Rajá da ilha com uma imagem do menino jesus, ambas consideradas relíquias católicas; Magalhães foi morto na Batalha de Mactán, no território atual da Província de Cebu. A seguir, está o hino da Província de Cebu, escrito e cantado em 2018, acompanhado da tradução para o português.[54]

Cruz de Fernão de Magalhães na Plaza Sugbo, 2012
Cebuano Português
Gravação pelo coral do Capitólio Provincial de Cebu
Sugbo, harang kapupud-an sa habagatan,

Kinapusurang lalawigan sa kabisay-an

Sa kaalam adunahan

Sa among gugma ug dungog kanunay'ng halaran.


Sugbo, unang binunyagan sa Kristohanong tinuho-an

Gipanalipdan kanunay ni Señor Santo Niño,

Makasaysayanon, maabi-abihon, madanihon

Ug angay ka gayud nga ipasigarbo.


Sugbo, pinangga sa klima ug panahon,

Kalinaw, kauswagan — palungtaron, palambuon

Bisan asa modangat sa among pagpaningkamot

Ikaw amo kanunay nga handumon,

Ikaw amo kanunay nga handumon!


O Sugbo!

Cebu, arquipélago rainha do Sul,

Província mais central das Vissaias

Rica em sabedoria

Sempre o altar de nosso amor e honra.


Cebu, a primeira batizada na fé cristã

Sempre protegida pelo Senhor Santo Niño,

Histórica, acolhedora, encantadora

E você merece ser orgulhoso.


Cebu, abençoada do clima e do tempo

Paz, progresso — conservar, desenvolver

Onde quer que nossos esforços nos levem

Você será sempre lembrada,

Você será sempre lembrada!


Ó Cebu!

Notas

  1. AFI[s̪ɪn̪ʊɡbɔˈʔʌn̪ɔn̪]AFI[bɪn̪ɪˈs̪ʌjʌʔ]
  2. AFI[sɛbˈwano]
  3. AFI[s̪ɪn̪ʊɡbɔˈʔʌn̪ɔn̪]
  4. AFI[bɪn̪ɪˈs̪ʌjʌʔ]
  5. Não há consenso em torno da etimologia do termo Bisaya. As possíveis teorias são:
    • do sânscrito viṣaya (विषय), significando «reino, país»;
    • corruptela do malaio Srivijaya, nome do Império Serivijaia, que se origina no sânscrito Śrī Vijayá (श्री विजय), significando «[reino] da vitória próspera, glorioso».

Referências

  1. a b UNSD – Demographic Statistics Database 2023
  2. a b Tanangkingsing 2009, p. 8
  3. a b c d Eberhard et al. 2023, Cebuano
  4. UNESCO – The World Atlas of Languages 2024
  5. a b Wolff 2001, p. 121
  6. Montebon 2000, p. 18
  7. Montebon 2000, p. 15
  8. Philippine Census of Population and Housing 2020
  9. Eberhard et al. 2023, Philippines
  10. Tanangkingsing 2009, pp. 7–8
  11. Blake 1905, p. 16
  12. a b Blust & Trussel 2020
  13. Endriga 2010, p. 1
  14. a b c Endriga 2010, p. 4
  15. a b Endriga 2010, p. 6
  16. Nelson 1964, p. xvi
  17. Endriga 2010, pp. 4–5
  18. Endriga 2010, p. 5
  19. Tanangkingsing 2009, p. 20–21
  20. Tanangkingsing 2009, p. 19–20
  21. Zafra 2018, p. xi
  22. Cabuay 2009, p. 7
  23. Cabuay 2009, p. 9
  24. House Bill No. 1022, 17th Congress of the Republic
  25. Cabuay 2009, p. 4–6
  26. Tanangkingsing 2009, p. iii
  27. Tanangkingsing 2009, p. 104
  28. a b Tanangkingsing 2009, p. 120
  29. a b Tanangkingsing 2009, p. 123
  30. Tanangkingsing 2009, p. 124
  31. Tanangkingsing 2009, p. 24
  32. a b Tanangkingsing 2009, p. 106
  33. Tanangkingsing 2009, p. 107
  34. a b Tanangkingsing 2009, p. 111
  35. Tanangkingsing 2009, p. 112
  36. Tanangkingsing 2009, p. 113–114
  37. Tanangkingsing 2009, p. 38–40
  38. Tanangkingsing 2009, p. 47
  39. a b Tanangkingsing 2009, p. 40
  40. Tanangkingsing 2009, pp. 337–338
  41. Tanangkingsing 2009, pp. 336–337
  42. Tanangkingsing 2009, pp. 353–354
  43. a b c Tanangkingsing 2009, pp. 370–371
  44. Tanangkingsing 2009, pp. 415–416
  45. Tanangkingsing 2009, p. 442
  46. Tanangkingsing 2009, pp. 81–91
  47. Tanangkingsing 2009, pp. 107–110
  48. Tanangkingsing 2009, pp. 62–63
  49. Bell 1976, p. 6
  50. Himmelmann 2005, pp. 112–114
  51. Mojares 1976, p. 104
  52. Mojares 1976, pp. 108–109
  53. United Nations Information Centre 2024
  54. Cebu Provincial Government 2018

Livros

  • Cabuay, Christian (2009). An Introduction to Baybayin [Uma Introdução ao Baybayin] (em inglês). [S.l.]: Lulu Press. ISBN 9781105422287 
  • Himmelmann, Nikolaus P. (2005). «The Austronesian Languages of Asia and Madagascar: typological characteristics». In: Adelaar, Alexander; Himmelmann, Nikolaus P. The Austronesian Languages of Asia and Madagascar [As Línguas Austronésias da Ásia e de Madagascar] (em inglês). Abingdon-on-Thames, Inglaterra: Routledge. pp. 110–181. ISBN 0700712860 
  • Montebon, Marivir R. (2000). Retracing Our Roots: A Journey Into Cebu's Precolonial and Colonial Past [Reconstituindo Nossas Raízes: Uma Jornada No Passado Pré-colonial e Colonial de Cebu] (em inglês). Minglanilla, Filipinas: ES Villaver Pub. ISBN 9789719230908 
  • Nelson, Andrew M. (1964). An introduction to Cebuano [Uma introdução ao cebuano] (em inglês). Cidade de Cebu, Filipinas: Rotary Press 
  • Wolff, John U. (2001). «Cebuano». In: Garry, Jane; Rubino, Carl R. G. Facts about the World's Languages: An Encyclopedia of the World's Major Languages, Past and Present [Fatos sobre as Línguas do Mundo: Uma Enciclopédia das Principais Línguas do Mundo, no Passado e Presente] (em inglês). Nova Iorque, Estados Unidos: H.W. Wilson. pp. 121–126. ISBN 9780824209704 
  • Zafra, Galileo S. (2018). «Si Lope K. Santos at ang Kaniyang Palatuntunang Pangwika». In: Santos, Lope K. Balarila ng Wikang Pambansa [Gramática da Língua Nacional] (em tagalo). Manila, Filipinas: Aklat ng Bayan. pp. xi–xli. ISBN 9786218064577 

Revistas, artigos e jornais acadêmicos

  • Bell, Sarah Johanna (1976). Cebuano subjects in two frameworks [Sujeitos no cebuano em dois enquadramentos] (Tese de Doutorado) (em inglês). Cambridge, Estados Unidos: Massachusetts Institute of Technology. Dept. of Foreign Literatures and Linguistics. hdl:1721.1/7582 
  • Blake, Frank R. (1905). «The Bisayan Dialects» [Os Dialetos Vissaianos]. Journal of the American Oriental Society (em inglês). 26: 120–136. doi:10.2307/592885 
  • Endriga, Divine Angeli P. (2010). «The Dialectology of Cebuano: Bohol, Cebu and Davao» [A Dialetologia do Cebuano: Bojol, Cebu e Davau]. 1st MLE Conference, Reclaiming the Right to Learn in One's Own Language (em inglês) 
  • Mojares, Resil B. (1976). «VICENTE SOTTO AND THE RISE OF REALISM IN CEBUANO LITERATURE» [Vicente Sotto e a Ascensão do Realismo na Literatura Cebuana]. Philippine Quarterly of Culture and Society (em inglês). 4 (2): 101–109. JSTOR 29792064 
  • Newton, Brian (1991). «THE CEBUANO LANGUAGE AND GENERATIVE PHONOLOGY» [A língua cebuana e a fonologia gerativa]. Philippine Quarterly of Culture and Society (em inglês). 19 (4): 253–263. JSTOR 29792064 
  • Tanangkingsing, Michael (2009). A Functional Reference Grammar of Cebuano [Uma Gramática de Consulta Funcional do Cebuano] (Tese de Doutorado) (em inglês). Taipé, Taipé Chinesa: National Taiwan University, College of Liberal Arts, Graduate Institute of Linguistics. doi:10.6342/NTU.2009.01962 

Sites eletrônicos

Ligações externas

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